quarta-feira, 7 de maio de 2014

1ª. sessão dedicada aos autores premiados com o Prémio Nobel


Com um grupo mais alargado formado por elementos novos (o Luís Ramos e a Sara Boto, alunos da Escola de Silves e vencedores da fase de apuramento distrital do Concurso Nacional de Leitura), outros que não se estrearam no Clube, mas que residem agora mais perto e outros, ainda, que passarão mais tempo em Silves doravante, a sessão de ontem foi ainda mais rica do que o habitual.

Estes foram alguns livros de que falámos e sobre os quais aguardamos alguns excertos e/ou breves comentários dos membros do Clube:

- Istambul de Orhan Pamuk, lido pela Jacqueline Vangoidsenhoven;
- A aventura de Miguel Littin, clandestino no Chile de Gabriel García Márquez, lido pela Vilma Ferian;
- O último verão de Klingsor de Herman Hesse, lido pela Paula Torres;
- conto “Aquele que queria mudar o mundo” da obra Contos de Herman Hesse, lido pela Esmeralda Lopes;
- Cem sonetos de amor e uma canção desesperada de Pablo Neruda (“Se me esqueceres”, etc.), lido pela Ana Paula;
- O diabo e o bom deus de Jean-Paul Sartre, lido pela Lúcia Cabrita; 
- Caim de José Saramago lido pelo Luís Ramos, Sara Boto e Sónia Pereira;
- Clarabóia de José Saramago, lido pela Dina Peres;
- Os poemas possíveis de José Saramago, lido pelo José Paulo;
- Desgraça e Verão de J. M. Coetzee, lido pela Lúcia Mendonça.

Eis também algumas fotos:






1 comentário:

  1. bom, como combinado, aqui vai o meu contributo sobre a última sessão do clube de leitura. O livro que escolhi foi " o ultimo verão de Klingsor " de Hermann Hesse. Esta escolha deve-se a dois motivos, autores com prémio nobel (1946) e a Hugo Pratt, o qual faz referência a este livro num dos seus Corto Maltese.
    Frequente nos escritores pós guerra e Hesse apanhou duas, "....o mundo parecia ter sido partido em estilhaços" , este livro fala da vida e da procura plena de viver intensamente, como se a vida fosse para ser apreciada em todas as suas vertentes, com todos os riscos, decepções e espantos. André Gide num dos seus livros "Les Nourritures Terrestres" escreve " Nathanael, je t'enseignerai la ferveur .
    Une existence pathétique, Nathanael, plutôt, que la tranquilité. Je ne souhaite pas d'autre repos que celui du sommeil de la mort. J'ai peur que tout désir, toute énergie que je n'aurais pas satisfaits durant ma vie, pour leur survie ne me tourmentent. J'ESPÉRE, aprés avoir exprimé sur cette terre tout ce qui attendaiten moi, satisfait, mourir complétement désespéré." E Hesse, neste livro através de Klingsor (pintor), exprime o mesmo desejo de pintar a vida com infinitas cores, de viver intensamente, com o tormento de não o conseguir, como refere no seguinte parágrafo "...Meu Deus, tantas centenas de coisas à espera, tantas centenas de taças por beber! Um homem devia poder pintar todas as coisas à face da terra! um homem devia poder amar todas as mulheres do mundo! Porque existia o tempo? Porquê apenas e sempre esse absurdo um-de-cada-vez, e nunca uma simultâneidade arrebatada e saciante? Porquê que estava agora deitado na cama sózinho, como um viúvo, como um velho? Podia-se fruir, podia-se criar durante toda esta breve vida, mas canta-se sempre e apenas uma canção de cada vez, nunca se ouve a sinfonia plena e completa, com as cem vozes e instrumentos em simultâneo."
    Enfim, Hermann Hesse escreve maravilhosamente e mostra-nos a beleza nas palavras, e imagens, e pessoas que vão passando neste livro. E a vida é mesmo isto, passar os olhos e olhar, e chorar e rir e sobretudo espantarmo-nos com o que anda por aí.Divirtam-se

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